Para fugir de um amor é necessário, antes de qualquer coisa, evitar a palavra amor. Perigosíssima, ela pode significar muitas coisas, de muitas maneiras e cores. Por isso, a evite.
Evite também telefonemas desnecessários em horas impróprias, se for ligar – em caso de urgência emocional – opte pelo horário comercial.
Tente parecer natural. Nada de perfumes e roupas e coisas pra chamar a atenção. Nem deixe transparecer sua necessidade quase obsessiva de estar ao lado de alguém. Vá ao cinema sozinho, e se alguém te perguntar “nossa, você vai ao cinema sozinho?” Diga que sim, que não vê problema nenhum nisso, que até prefere porque se presta mais atenção e depois não fica aquela impressão chata de comentar o filme no final. Diga isso mesmo que por dentro você ache o cúmulo da solidão ir ao cinema sozinho.
Em datas comemorativas não planeje nada. Deixe um recado na secretária eletrônica dizendo que foi visitar os parentes num interior qualquer e que só vai voltar, sei lá, dia trinta de fevereiro. Caso isso não seja verdade, o que quase sempre não é, finja ser, mesmo tendo que ficar em casa sozinho assistindo à filmes da década passada.
No trabalho rabisque papéis para dar a impressão de que sempre está ocupado, fale com ninguém ao telefone e escreva emails inviáveis. Isole-se do universo virtual, sem sites de relacionamentos, chats ou qualquer forma cibernética de aproximação.
Faça o máximo de compras pela internet ou telefone: comida, livros, utensílios domésticos, cama-mesa-e-banho. Evite filas de banco, pagamentos só online.
Se o amor insistir em aparecer – mas só em caso de vida ou morte – pegue o telefone, ligue e fale: “oi, tudo bem? Estava com tanta vontade de te ligar, mas acabei lendo um texto louco que pedia pra evitar um monte de coisas que eu estava morrendo de vontade de fazer, aí, não sei por que, achei que funcionaria comigo. Mas enfim, não funcionou. E aí, vai fazer o que hoje à noite?
Por Emerson Silvestre
Evite também telefonemas desnecessários em horas impróprias, se for ligar – em caso de urgência emocional – opte pelo horário comercial.
Tente parecer natural. Nada de perfumes e roupas e coisas pra chamar a atenção. Nem deixe transparecer sua necessidade quase obsessiva de estar ao lado de alguém. Vá ao cinema sozinho, e se alguém te perguntar “nossa, você vai ao cinema sozinho?” Diga que sim, que não vê problema nenhum nisso, que até prefere porque se presta mais atenção e depois não fica aquela impressão chata de comentar o filme no final. Diga isso mesmo que por dentro você ache o cúmulo da solidão ir ao cinema sozinho.
Em datas comemorativas não planeje nada. Deixe um recado na secretária eletrônica dizendo que foi visitar os parentes num interior qualquer e que só vai voltar, sei lá, dia trinta de fevereiro. Caso isso não seja verdade, o que quase sempre não é, finja ser, mesmo tendo que ficar em casa sozinho assistindo à filmes da década passada.
No trabalho rabisque papéis para dar a impressão de que sempre está ocupado, fale com ninguém ao telefone e escreva emails inviáveis. Isole-se do universo virtual, sem sites de relacionamentos, chats ou qualquer forma cibernética de aproximação.
Faça o máximo de compras pela internet ou telefone: comida, livros, utensílios domésticos, cama-mesa-e-banho. Evite filas de banco, pagamentos só online.
Se o amor insistir em aparecer – mas só em caso de vida ou morte – pegue o telefone, ligue e fale: “oi, tudo bem? Estava com tanta vontade de te ligar, mas acabei lendo um texto louco que pedia pra evitar um monte de coisas que eu estava morrendo de vontade de fazer, aí, não sei por que, achei que funcionaria comigo. Mas enfim, não funcionou. E aí, vai fazer o que hoje à noite?
Por Emerson Silvestre
4 de maio de 2010 às 16:41
Super me identifiquei amigo, arrasou logo no primeiro texto. beijo!
Victor Galle
4 de maio de 2010 às 16:55
Esta muito bom, extremamente bem escrito e maduro. Uma pitade de rancor, pelo menos eu creio q senti isso. mas ficou massa.
4 de maio de 2010 às 17:16
Parece q foi feito pra mim. :)
5 de maio de 2010 às 10:38
muito bom mesmo esse texto, pena que certas coisas são inevitáveis! (parabéns pelo texto)
5 de maio de 2010 às 11:53
achei muito digno.
coisas patéticas e inevitáveis ;P
e então qual a boa pra hoje?
:)
5 de maio de 2010 às 11:58
Tootz
Porra, pior que é verdade, por mais que eu tentasse fugir da pessoa não consegui parar de pensar nela, e fiz as ligações desnecessárias, sempre invento alguma coisa de última hora, as vezes rola dela dar bola, mas a maioria das vezes levei um fora dela :\
Enfim, eu aprendi o limite de um relacionamento, quando você quer tirar a prova de que está no fim mesmo, parta para a porrada e você descobrirá nos olhos do parceiro (a) se ele realmente não o quer mais em seu coração.
5 de maio de 2010 às 12:38
Ai, tá lindo!
5 de maio de 2010 às 18:44
Adorei amigo, como sempre tornando as coisas banais em essenciais.
6 de maio de 2010 às 06:06
Perfeito laika! quem dera isso fucionase!
10 de maio de 2010 às 21:57
tá lindo esse,não sei qual é o melhor,tu é muito talentoso,Emerson!
:D
23 de maio de 2010 às 15:03
Adorei!! ^^